Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Padre José Nilson - Vigário do Mucuripe
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Padre José Nilson - Vigário do Mucuripe




José Nilson de Oliveira Lima, nasceu no dia 05 de junho de 1922, na cidade serrana de Coité (atual Aratuba). Filho de Isabel Oliveira Lima com o latifundiário Adolfo da Silveira Lima, atual nome da praça principal da cidade. José Nilson começou a estudar teologia ainda jovem e obteve a sua ordenação sacerdotal em 30 de novembro de 1947, aos 25 anos de idade. Por muitos anos, foi vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde, em Fortaleza. Em outras oportunidades, acabara sendo: diretor do colégio Pe. José Nilson, diretor do colégio estadual Estudante João Nogueira Jucá, diretor do colégio Feliz Amanhã, membro do conselho fiscal da colônia dos pescadores do Mucuripe, vigário cooperador da igreja do Patrocínio, capelão do Patronato, em Cascavel (1949), professor do Seminário da Prainha (1950) e pároco emérito da paróquia Nossa Senhora da Saúde, em 20 de maio de 1950.


O Pe. José Nilson é primo em terceiro grau do Frei Timóteo Francisco Nemésio Cordeiro, mais conhecido como Dom Timóteo, primeiro padre e administrador da diocese de Tianguá. Também é primo em segundo grau, do anfitrião Major Antônio Couto Pereira, que foi presidente do Coritiba Foot Ball Club, durante 17 anos.


Fortaleza perdeu hoje um de seus sacerdotes mais humanistas. Falo do Padre José Nilton. Vigário do Mucuripe, desde 1950, nutria pela categoria de jornalistas um enorme carinho. Inclusive, um parente dele, o Erick Guimarães, está na atividade.


Durante bom tempo, gozei da amizade desse bondoso religioso. Que não tinha preconceito religioso, respeitando todas as denominações com a visão pluralista de quem é sábio.


Diante do crescimento das seitas evangélicas, padre Zé Nilson comentou comigo que “as pessoas que deixam a Igreja Católica e procuram essas igrejas evangélicas, é que não tinham a verdadeira fé que se quer ao cristão católico”.


Educador, sua maior preocupação foi levar ensino aos filhos de famílias do Mucuripe e arredores. Exerceu papel importante junto ao trabalho de transformação do Farol, antiga zona de prostituição, onde sua palavra e orientação nunca faltaram aos seus residentes.


Padre José Nilson morreu aos 88 anos, vítima de falência múltiplas de órgãos. Seu sepultamento será às 16 horas no Parque da Paz.


Nonato Albuquerque



O padre José Nilson, de 88 anos, era pároco da Igreja de Nossa Senhora da Saúde, no Mucuripe, onde atuava desde 1950

Morreu, nesta madrugada (15/04/2010) de quinta-feira, um dos religiosos mais respeitados e conhecidos de Fortaleza: o padre José Nilson.

Vítima de falência múltipla de órgãos, padre José Nilson de Oliveira está sendo velado na Funerária Paz Eterna, onde, às 14 horas, haverá celebração de missa de corpo presente na Igreja da Saúde.
O enterro do Padre José Nilson será às 16 horas, no Parque da Paz.

Jornal O Povo
15 de Abril de 2010

O dia amanheceu mais triste hoje...

O padre José Nilson era muito querido por seus paroquianos, a grande maioria composta por pescadores das praias do Mucuripe e Meireles.
Foi celebrada uma missa de corpo presente, presidida por dom José Antonio A. Tosi Marques, arcebispo de Fortaleza.
Estudei no colégio do padre por 11 anos e assim como a maioria dos alunos, sempre tive um grande carinho pelo padre José Nilson, sem dúvida uma grande perda para todos nós, independente de religião, ele sempre foi uma pessoa muito bondosa e preocupado com as crianças do bairro.



O padre sofrendo em meio a tantas enfermidades, estava em repouso no Seminário da Prainha aos cuidados de Dª Eva (Téc. em Enfermagem).



Pe José Nilson era o único padre que tinha a carteira de pescador, com seus 88 anos, natural de Aratuba, ainda lembrava com carinho de sua ex-paroquia do Mucuripe.

A despedida do santo do Mucuripe

A comunidade do Mucuripe está órfã. Com a morte do padre José Nilson, a população se reúne para agradecer os ensinamentos do homem que fez história na Paróquia de Nossa Senhora da Saúde, acolhendo pobres, pescadores e prostitutas.



Foto de Deivyson Teixeira

Era década de 1950 quando o então arcebispo ofereceu o rebanho que nenhum pastor queria. "É uma paróquia difícil. Ninguém quer o Mucuripe", apelava dom Antônio Lustosa ao padre José Nilson. A proposta era passar seis meses na Paróquia Nossa Senhora da Saúde. O padre transformou esse tempo em 54 anos. Acolheu os pobres, defendeu os pescadores e lembrou-se das prostitutas. Fez história no Mucuripe. Ontem a comunidade, chorosa pela perda, foi agradecer.


Eram muitos os que queriam dizer do padre. Franceni Lima Cabral garantia que ele se sentia realizado porque cuidava dos pobres. "Ele sabia acolher as pessoas. Muitas vezes, erguia a batina até a perna para subir no morro e atender à população", conta. Para Elvira Praciano, o Mucuripe ficou órfão. "Perdemos um pai. Ele se destacava pela simplicidade. Era educado, caridoso, tratava todo mundo muito bem", recorda.


Eva Lima Gregório chorava a falta de um filho. "Eu não o tinha como um chefe. Cuidava dele como cuido dos meus filhos. Ele era o meu bebê", lacrimeja a mulher ao se lembrar do padre que cuidou por 11 anos. Fátima Vieira narra as vezes que levou a água simples para o padre transformar santa. "A gente trazia e ele benzia com tanto gosto. Foi ele que casou minha mãe, me batizou e me crismou", sorriu.





Padre José Nilson benzendo o barco do Sr.  Raimundo Monteiro. Acervo de Isabella Monteiro


A senhora do lado orgulha-se em citar que era amiga do padre Zé Nilson. Tinham a mesma idade, chegaram ao Mucuripe no mesmo ano. "Era um padre bom, um padre santo, um padre dos pobres. Por isso é tanta gente desse jeito na igreja", e apontou a multidão que se apinhava para ver o corpo do padre após a celebração da despedida, presidida pelo arcebispo dom José Antônio Aparecido Tosi, junto com 20 padres.


Após a missa, cinco ônibus partiram rumo ao Cemitério Parque da Paz junto com os carros que completavam o cortejo. Era a comunidade do Mucuripe que seguiria para agradecer. A população cantava. Padre José Nilson foi sepultado sob aplausos e ao som do hino da padroeira, Nossa Senhora da Saúde.


Ao fim da despedida que se fazia homenagem, mais um momento para agradecer o que se havia aprendido com o homem santo do Mucuripe. Com um livrinho na mão, sozinha, uma senhora se encostou ao túmulo já coberto. Antes de começar a cantar, justificou: "Quero cantar para ele. Foi ele quem me ensinou a ler". Dívida de gratidão.

O padre José Nilson de Oliveira Lima nasceu em 5 de junho de 1922, em Aratuba, a 128 quilômetros de Fortaleza.
O padre morreu em um hospital particular, devido a uma insuficiência renal.
Para o padre Gílson Soares, assessor para comunicação da CNBB, a Igreja perdeu uma pessoa que era referência para toda a Arquidiocese, principalmente devido ao seu trabalho social: "Ele tinha um desapego total das coisas. O pouco que tinha era do povo".


Padre Gílson lembra que uma das paixões do padre José Nilson era o time do Fortaleza. "Agora, o time ganha um intercessor no céu", frisa.


Otacília Verçosa, a Tatá, líder comunitária do Mucuripe, trabalhou com o padre por mais de 40 anos. Segundo ela, o padre prestava muita assistência social às prostitutas, conversando e aconselhando.


O seminarista Lauriano Ferreira, que atuou como coroinha do padre José Nilson, frisa o trabalho de evangelização que o padre fazia com a Colônia dos Pescadores Z-8, na comunidade do Mucuripe.

O Povo

A luta do Padre José Nilson como vigário do Mucuripe - Clique para ampliar

Fotos Históricas


Em 17 de maio de 1997, é fundado o Acervo do Mucuripe Padre José Nilson de Oliveira Lima, na Rua Boa Vista nº 26, residência de sua fundadora, D.Vera Lúcia Miranda, a "Verinha", no Mucuripe.

D. Vera cuidou do acervo por mais de vinte anos.
















Fonte: Jornal O Povo/ Blog Gente de Mídia / Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez).


8 comentários:

  1. Leila boa tarde. Foi com muita tristeza que hoje ao abrir sua página, pude ver em seu trabalho a notícia da morte do nosso Pe José Nilson de Oliveira Lima. Pessoa que também pude conviver desde o tempo em que estudei na escola profissional onde também tinha como inspetor, o Sr, Pedro Moura. Confesso que chorei a perca mesmo tão distante e sempre lembrando de seus ensinamentos. Ao chegar no curso tecnico de contabilidade, pude constatar o quanto ele era querido. Nós aluno tinhamos o maior respeito e carinho e lembro até que, a vida é feita de ensinamentos e aprendi com ele a resepeitar o meu semelhante. Desculpe só agora ter aberto este blog mas mesmo atrasado, meu sentimento da falta deste homem se perpetuará. Obrigado por manter esta página onde posso relembrar o passado e de certa forma me emocionar. Um beijo!

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  2. Oi Francisco José, foi um dia muito triste para todos que conheceram ou conviveram com padre José Nilson! Nós alunos, tivemos o privilégio dessa convivência e aprendemos muito com ele!

    Um beijo e seja bem-vindo!!!

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  3. Este homem fez a diferença nas comunidade do Mucuripe, Serviluz, Castelo Encantado, Santa Terezinha e Praia do Futuro.
    Homem simples, que gostava da justiça, de acolher os pobres e necessitados. Um coração sem tamanho.

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  4. Com certeza!

    Eu tive o prazer de conhecer de perto esse bondoso homens, na época que estudei no Col. Pe José Nilson.

    Abraços Miguel

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  5. Esqueceram de falar de minha Tia Vera Lúcia Miranda(Verinha) que cuidou a mais de 20 anos ou mais...e que fundou o Acervo Cultural Padre José Nilson na rua boa vista 22 no mucuripe..:(

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  6. 1997 - maio - 17 - Fundado o Acervo do Mucuripe Padre José Nilson de Oliveira Lima, na Rua Boa Vista nº 26, residência de sua fundadora, d.
    Vera Lúcia Miranda "Verinha", no Mucuripe.
    Fonte: Cronologia Ilustrada de Fortaleza - Roteiro para um turismo histórico e cultural - 2005
    Autor: Miguel Angelo de Azevedo - Nirez - 2005
    Data do Fato:17/Maio/1997

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    1. Obrigada, vou acrescentar na matéria e fazer justiça ao nome de sua tia, Unknown!

      Forte abraço e agradeço os comentários :)

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  7. Esqueceram de mencionar Minha tia Vera Lúcia miranda( Verinha)

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